30 de outubro de 2017

Resenha - Plataforma 11

Sejam bem-vindos de volta ao Luar! Como vocês estão, leitores mais lindos?

Semana passada eu recebi um convite da Marina do blog Resenhando por Marina (Ig: @resenhandopormarina) para fazer uma leitura em parceria com a Editora Pandorga. Muito simples: eu  e alguns outros blogueiros convidados teríamos que ler e resenhar o livro Plataforma 11, Uma História de Amor.

Mas claro que aceitei, por quê não?  Me senti muito feliz por ter sido convidada e muito agradecida também, principalmente porque tive a oportunidade de conhecer essa história incrível! Vem comigo, vou contar para vocês!


Amor se constrói devagarinho, ele entra em cada cantinho, conhece cada pedaço que é escondido pelo outro com o nome de "defeito" e o rebatiza com o nome de "particularidade" - Capítulo 3





Plataforma 11 é um livro de não-ficção publicado pela editora Pandorga, escrito por Roberta Carbonari e Paulo Muzy, onde vamos conhecer a história de amor dos dois.

Antes de contar propriamente sobre o livro, eu quero ressaltar que eu não conhecia os autores. Após a leitura, me pareceu que até então eu sou a única que não os conhecia, mas ok. Para mim isso foi ainda melhor. Eu pude ler e montar minha impressão a partir do que estava conhecendo naquele momento e não do que eu já teria visto por aí. O que devo afirmar, sobretudo, é que a experiência foi encantadora.

Durante a leitura, eu fiquei o tempo inteiro imaginando por que exatamente os galãs possessivos e extremamente imponentes, que são descritos hoje em diversos romances, fazem tanto sucesso. Fiquei triste ao constatar que muitas mulheres idealizam esses homens como o tipo ideal, perfeito. As estatísticas de crimes passionais, violência doméstica e afins nos mostram que essas escolhas simplesmente impossibilitam uma mulher de ter a chance de conhecer o que é um homem de verdade, provido de um amor que sobretudo é baseado em respeito.


Nunca quis feri-la, muito menos aproveitar-me de uma fragilidade. Eu queria, no meu pouco entendimento, saber se seria um homem à altura dela, para que nenhuma assimetria de nossas vidas fosse tão grande a ponto de desequilibrar nosso futuro. - Paulo, página 38


É esse homem que vamos conhecer em Plataforma 11.  Desde bem cedo, Roberta (Beta) e Paulo (Paulinho) têm seus caminhos cruzados. Ele, um menino tímido do interior de São Paulo (Marília), extremamente educado, reservado e depois de tudo que li, extremamente amadurecido. Ela, uma garota de São Paulo, rodeada de amigos, alegre, divertida, mas batalhadora e tomada de responsabilidades desde bem cedo. Não tem nada a ver com a historinha clichê de "os opostos se atraem". Tem a ver com um simples fato: "o que tem de ser, tem muita força".



O "primeiro" encontro foi em uma praia. Rodeados de amigos em comum, Paulo bateu os olhos em Roberta e não pode deixar de desviar toda sua atenção a ela. Ela chamou sua atenção de todas as formas, e embora aquele primeiro encontro tivesse sido o bastante para que ele se entregasse ao status de apaixonado, ele precisava saber se Roberta era apenas aquela garota inda, atraente, simpática e só. O que havia mais nessa menina? Quem ela era? Tão linda e tão impecável em seu âmago tanto quanto em sua aparência?


Contamos as amizades em anos e eu tinha uma tarde para transformar décadas em intensidade, tirar suas defesas, e esclarecer para mim, de uma vez por todas, se o que eu me apaixonara era por uma idealização a partir de uma casca de mulher bonita ou se de fato aquela mulher bonita trazia uma chama divina dentro de si que me atraía cada vez mais. - Paulo, página 35


Essas respostas começaram a chegar em um passeio na praia, e continuaram vindo ao longo dos anos em que uma amizade se solidificou entre eles, trazendo a Paulo a convicção de que Roberta era mulher de sua vida. Formou-se um laço forte e verdadeiro que o tempo tornava cada vez mais atado. Mas esse mesmo tempo também não facilitou em nada para esse amor. A distância entre eles, após o retorno das férias para casa resumiu o contato que tinham a telefonemas interurbanos e troca de cartas. Telefonemas onde Roberta poderia, como desde o início, ser naturalmente ela mesma e falar de tudo que precisava falar, tendo um bom ouvinte, paciente e assíduo. O forte de Paulo era mesmo ouvir, suas palavras sempre fluíram melhor através da escrita (o que fica claramente comprovado durante a leitura, sua escrita é espetacular! ) e com isso, ele dedicava-se a escrever para Roberta transmitindo a ela seus sentimentos acerca do que vivia em seu cotidiano.




Roberta era organizada em seus relacionamentos, em seu modo de lidar com a vida e tudo que era proporcionado por ela, seja positivo ou negativo. A garota compartimentava tudo em "gavetas": estudo, família, trabalho, amigos, namorados, ex-namorados... cada "classe" em sua gaveta, de acordo com sua definição, e dessa forma Roberta poderia abrir ou fechar as gavetas conforme suas necessidades.  A exceção era justamente Paulo: não havia uma gaveta que ele coubesse. Não havia definição para o que Paulo havia se tornado em sua vida.


Eu já havia me apaixonado, mas amor, amor chora, mas chora de alegria; sofre, mas sofre de ausência; espera, mas espera sem certeza... Não sentimos chegar... ele é, se instala de forma irreparável e irreversível, para sempre. Minha angústia se foi, eu era paz, eu tinha todas as certezas. - Roberta, página 104


Como todo amor que se cala, Paulo se viu obrigado a lidar com a Roberta que conheceu e namorou outros caras, assim como ele também não deixou de viver sua vida. Paciente, a espera do rapaz foi muito longa até perceber que era o momento de Roberta conhecer seus verdadeiros sentimentos.  O amor então é conhecido pelos dois adolescentes no modo mais puro e verdadeiro, intenso, mas também doloroso. Claro, se estivéssemos falando de um romance fictício, aqui estaria o nosso final feliz. Mas ainda não foi exatamente o caso.  Como lidar com uma vida repleta de dificuldades, onde há a distância, as duras responsabilidades que a vida impõe, o futuro profissional em jogo? O amor vence todas as dificuldades?

Por um momento, a gente pode acreditar que não, mas então o destino nos mostra que "o que tem que ser, tem muita força".  E o final nos deixa ávidos pela continuação dessa história, que é simplesmente linda.


O sentimento recíproco não muda ninguém, faz com que você se exerça na sua melhor forma. O sentimento vazio já é um perigo iminente: ele sim, te muda, mutila,  castra e deforma em nome de algo que te causa dor ou pela conquista de algo que te causa ansiedade em vez de conforto, você age com astúcia e tolice onde o final é claro e você sabe disso –  algo será perdido.  - Paulo, página 40


Com uma narrativa tocante, uma escrita repleta de sensibilidade, essa história nos envolve com sua verdade e nos carrega através de cada uma de suas emoções, nos fazendo refletir sobre como é valioso um amor tão sincero, o quanto se é feliz em ter algo assim.




Considerações Finais

Não existe o que não gostar nesse livro. Eu fiquei simplesmente apaixonada. São frases e frases deliciosas, cheias de reflexões.


Quantos relacionamentos terminam com pessoas que não se conheceram, reclamando de atitudes que não tomaram, por coisas que "o outro" deixou de fazer e que claramente não fez porque simplesmente não sabia com quem estava falando?. - Paulo, página 161


As escrita dos dois é bem diferente, e eu amei isso no livro: Roberta é mais direta, ela nos alcança com um jeito menos poético e mais objetivo talvez, emanando todo seu amor, seu imenso sentimento.  Ela é mais prática em tudo, e isso simplifica o modo como retrata seus pontos de vista, sem que estes deixem de nos emocionar.   Já Paulo, procurei alguma palavra que não fosse "metáfora", mas decidi por adotá-la quando a própria Roberta comenta a respeito do modo como ele se expressa, usando as tais metáforas. O texto dele se torna um pouco mais complexo, mas ele tem realmente o dom de usar as palavras. Paulo não apenas escreve sobre como as coisas aconteceram, mas exalta o amor do modo mais emocionante possível. O jeito como ele retrata Roberta e seus sentimentos, o amor que é depositado, o respeito, a atenção... Eu acho que depois dessa leitura, mulher nenhuma deveria aceitar menos do que um homem assim em sua vida.

Que fique claro que não há uma preferência sobre a escrita de um ou de outro. Eles se complementam até nesse momento.



 E eu adquiri uma imensa admiração por esse casal. Ela, por ter sido capaz de sentir a maior dor de sua vida, em nome de um bem maior. Você vai perceber que Roberta é realmente muito mais forte do possa supor.  Ele, por a vida inteira ser paciente e persistir em sua certeza, por mais dolorosa que as circunstâncias tenham sido no meio do caminho. E é assim que você perceberá que Paulo é bem mais raro do que possa acreditar!


Das coisas lindas que vejo em você: sua ausência de preconceitos por aquilo que não conhece, sua humildade em aprender o novo sem medo de demonstrar que ninguém é excelente em tudo, mas se torna quando aceita aprender e persistir. - Roberta, capítulo 17


 É uma verdadeira lição de amor, um livro que te faz chorar  com uma emoção boa (sim, chorei o livro inteiro, olho pro livro e choro rs), te faz amar ainda mais quem você sabe que merece seu amor e por fim, nos deixa felizes. Não importa o que aconteceu, ou o que vem pela frente, eles estão juntos e felizes, e isso é por si só, a maior motivação para querer conhecer mais dessa história.


Plataforma 11 será lançado no dia 18/11, na Saraiva do Shopping Ibirapuera, às 17 horas.

A pré-venda já acontece na Saraiva.






Visão do Livro

O livro fisicamente... Simplesmente lindo. Desde a capa, até mesmo as divisões de capítulos,  com a foto do autor do capítulo, além de começarem com frases lindas! Ainda tem o símbolo do infinito no rodapé dando um toque ainda mais especial em toda diagramação caprichada.

Quanto a escrita... Bom, acima eu falei um pouco sobre como foi lindo o trabalho que esse casal fez, ressalto apenas que existem mais capítulos escritos pelo Paulo. Falando na gramática, eu não tive problemas com palavras, pontuações e afins. Todo o trabalho nesse livro está impecável.







E ficamos por aqui, meu amores do Luar! Esse livro foi tão amado, que eu sinto que não consegui transmitir tudo que senti, mas também não queria correr o risco de entregar as surpresas. Eu espero que tenham gostado, e sinceramente, de todo coração, leiam! Você não vão se arrepender.


Agradeço à Marina por essa oportunidade de conhecer esse livro incrível, e à editora Pandorga pelo envio do ARC da leitura. A todos vocês que me acompanharam até aqui, um grande beijo lunar e até a próxima!















       




5 comentários:

  1. Ei Rê, amei esse post, só me fez sentir mais saudades dessa história linda, e tem pouco tempo que lemos né haha

    Amei o seu cantinho e já estou seguindo <3

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    Respostas
    1. Verdade, Kalyne! Estou ansiosa para o desfecho dessa história, muito linda mesmo!

      Obrigada, também estou seguindo o Reino! ;)
      Beijinhos!

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  2. Adorei sua resenha,já fui lá no resenhando e conhecir um pouquinho dessa história é aqui outro pedacinho rs já fiquei louca pra conhecer essa história 😊😘.
    aleituramagica.wordpress.com

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  3. Oi Rê!
    Legal a história, mas não é meu tipo de livro.
    Beijos,
    Alem da Contracapa

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  4. Gostei bastante da trama, não conhecia!
    Não faz muito meu estilo de leitura, mas gosto sempre de estar conhecendo novos autores.
    Vou dar uma conferida, quem sabe qualquer dia desses faço a leitura.

    beijos
    She is a Bookaholic

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