19 de abril de 2017

Resenha - Não conte a Ninguém

Olá, meus caros amigos do Luar!

Finalmente temos aqui a nossa primeira resenha! 😍

Antes de começar a falar propriamente a respeito do livro, gostaria de contar o porquê escolhi Harlan Coben para estrear as resenhas do nosso blog.

Bom, como eu disse aqui, Harlan foi uma das leituras escolhidas quando eu enchi os pulmões de ar e proclamei: "Quero ser uma leitora de verdade!" 😅

Foi por acaso que escolhi o primeiro livro dele que comprei, "Cilada". E gente, foi simplesmente incrível. Depois dessa, como não agarrar de vez o amor pela leitura? Ao decidir fazer o blog, achei que nada mais justo do que inaugurar as resenhas com um livro deste que me incentivou muito a alimentar uma paixão até então "meio branda". E aqui está, senhoras e senhores... Não Conte a Ninguém!








"Uau!"
Foi o que eu disse, estupefata, ao fechar o livro após a última linha.

Veja bem, como podemos começar? Não é surpresa alguma para mim que Harlan Coben tem o poder de embaralhar toda a nossa mente e nos prender na história, até finalmente descobrir o que está acontecendo de fato.  Seria surpreendente se fosse diferente.

Não Conte a Ninguém tem uma história de tirar o fôlego. E nós podemos classifica-la, além do óbvio, que é uma trama policial, uma trama de mistério... Mas também como uma trama de amor. De que ponto de vista? Acredito que posso dizer que de todos. Fraternal, paternal, ou de um amor romântico e puro de um casal. No fundo, toda a história corre em torno desse sentimento.  E isso, meus amigos, eu posso garantir, não torna nada menos estarrecedor. Nem um pouco.

Para começar, você vai demorar para saber quem é inocente e quem é culpado, mesmo que durante os capítulos você seja capaz de desvendar fragmentos da verdade. Aliás, fragmentos é tudo que Harlan Coben vai te oferecendo. A gente vai juntando uma peça e outra e de repente... Não, montamos tudo errado, vamos começar de novo. 

Até os mortos são culpados. E quase todos os vivos têm um segredo. Até onde existe culpa? Que segredos são esses? Vamos querer saber. E cada capítulo é mais surpreendente do que outro.



"Nosso relacionamento havia resistido a muitas barreiras. Eu me perguntava se ela conseguiria sobreviver à verdade. Ou melhor, às mentiras não contadas. "



Tanto quanto amor, existe dor. Muitas perdas aconteceram para chegarmos ao início dessa história. A primeira, de Stephen Beck, pai do nosso protagonista, David Beck. É evidente logo no início da história o quanto a morte de seu pai o afetou. Mais do que isso, temos noção de que a explicação da morte não é bem aceita pelo o rapaz, o que o machuca ainda mais. A seguir, temos a morte de Brandon Scope. O filho exemplar do bilionário (e por isso poderoso) Griffin Scope, um senhor que te deixa confuso por algum tempo. Você se pergunta "qual é a dele, afinal?". Brandon foi assassinado e Griffin jamais se conformou em perde-lo, e mantém seu filho como um herói, principalmente através de uma instituição de caridade que recebeu seu nome. Por último, temos Elizabeth. A jovem brutalmente assassinada que acaba de vez com as estruturas de David, que passa a viver um luto eterno. Então é onde tudo começa.

David e Elizabeth se conheceram na infância e desde então jamais ficaram longe um do outro. Cresceram juntos, e alimentaram a paixão de criança na adolescência, até chegarem ao momento certo de juntarem suas vidas em uma só, casando-se. 13 anos desde o primeiro beijo, e poucos meses após o casamento, eles comemoravam "o dia do beijo". Era uma espécie de ritual: no aniversário do primeiro beijo, eles iam até uma propriedade da família Beck, o Lago Charmaine, e entalhavam na árvore mais um risco, que representava mais um ano juntos. Passavam uma noite romântica ali e a vida seguia feliz. Mas isso não aconteceu naquele 13º aniversário do beijo. Naquela noite, depois de entalharem mais um risco na árvore e irem para o lago, o casal foi atacado. Elizabeth fora levada e Beck agredido, jogado na água e deixado para a morte. O mistério começa (não necessariamente nessa ordem) com o fato de Beck ter se salvado. Mas essa a gente mata facilmente ainda no início do livro. Depois temos a confirmação e uma explicação plausível mais para o fim do livro.

Elizabeth protagoniza o maior dos mistérios com sua morte. É aí que tudo começa a desandar. Dias após o ataque, a moça é encontrada morta. A culpa recai em um serial Killer, mas curiosamente, apesar de ter sido capturado, julgado e condenado à morte logo após o ocorrido (quando acharam o corpo de Elizabeth), mesmo com os indícios de que fora ele o assassino, ainda assim a morte de Elizabeth não entrou na lista dos crimes que sentenciaram o serial killer. Por muitos anos, mais especificamente 8 anos, tudo permaneceu assim. A culpa atribuída foi aceita, e ninguém tinha mais por que questionar o caso. Não importava, até então, que ela não estivesse na lista das vítimas de KillRoy no momento o julgamento. A convicção foi de que KillRoy a matara e ponto final.

A coisa toda começou a mudar com o aparecimento de dois corpos próximo a propriedade do Lago Charmaine. Atentem-se, amigos... Até aqui todos nós estamos entendendo muito bem o que aconteceu (ou não, achamos que sim). Mas a partir de agora, preparem-se para desatar um nó em suas cabeças, e se depararem com outro maior. De quem seriam os corpos enterrados perto do lago, na mesma época que Elizabeth fora raptada naquele mesmo lugar? Por que junto com os corpos havia um bastão contendo o DNA de Beck (sangue)? Ao mesmo tempo que surgem essas questões, uma nova teoria surge com os federais. E é exatamente nesse momento que o mundo de David começa a desmoronar.  A questão passa a ser: Foi mesmo KillRoy o assassino de Elizabeth, ou o próprio marido? Como ele sobreviveu no lago, se nem ele mesmo sabe explicar? Estar vivo passa a ser uma culpa, quase a confissão de um crime, no ponto de vista da polícia.



"- Quanto você ganhou de seguro de vida quando sua mulher morreu?
Fiquei atônito. Olhei para o seu rosto e depois para o de Stone. Totalmente insondáveis. Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo. "



Beck é um homem fechado e suas palavras são as mais resumidas possível. A narração nos dá completa dimensão de quem é e como se sente David Beck, mas se dependêssemos dos diálogos dele, jamais saberíamos. Na minha opinião, isso pode ter ajudado no drama. Não sei, me dá um pouco de nervoso quando temos uma questão que pode ser resolvida mais facilmente se o personagem abrir a boca e falar, mas no lugar disso, ele fica com raiva de ser questionado e se resume a responder o necessário - geralmente "sim", "não", "pra que quer saber?", essa última eu acho que é aquela assinatura gigantesca sob o texto "Sou culpado!".  Mas embora seja assim, preciso admitir que é um cara muito racional, e isso é importantíssimo em muitos momentos.

Agora David precisa provar que é inocente, mas ao mesmo tempo, ele tem outro assunto de maior prioridade: ele passa a receber e-mails misteriosos, os quais passa seguir à risca as instruções, e em especial a mais importante: Não Conte a Ninguém . Tendo em vista que Beck é o cara fechadão, presumimos que ele não tenha dificuldade em seguir essa instrução, em especial. Porém não foi tão à risca assim. Ele dividiu com Shauna, sua melhor amiga. Shauna é uma daquelas personagens que te cativam. Ela é engraçada e muitas vezes ela salva Beck da nossa vontade de torcer o pescoço dele. Ela é extremamente fiel, e por isso o "Não Conte a Ninguém" não se aplicou a ela.

O caso é que todos os indícios revelam que os e-mails são de Elizabeth. Sim, a morta. Então começa aquela intriga: mortos escrevem e-mails? Não. Se ainda hoje não temos essa tecnologia no céu, no início dos anos 2000, que é quando tudo se passa, muito menos. Mas Harlan Coben é bom. Ele não quer manter ESSE segredo especificamente, e tudo vai ficando bem claro, porque quando essa verdade vem à tona, mais merda é atirada no ventilador. Quando você vai lá, ingenuamente, riscar uns 3 "por que", aparecem mais 6.  Afinal de contas, Elizabeth, que é descrita como a pessoa mais perfeita do mundo todas as vezes que David fala dela, está no alvo de mercenários. Eles querem ter certeza de que ela está morta, porque se não estiver, vai estar em breve.


"Elizabeth e eu éramos um casal, uma única entidade.Ela era uma pessoa tão boa, que eu podia me dar o luxo de não ser tão bom assim, como se sua bondade fosse um nivelador cósmico, equiparando nós dois."


Para continuar seguindo à risca as instruções dos e-mails e desvendar de vez o mistério, Beck arrisca tudo e se torna fugitivo da justiça. Conta com a ajuda de um traficante, o cativante Tyrese, pai de um paciente de Beck (que é pediatra, a propósito). Mas agora não só a justiça quer Beck, os mercenários acreditam que se Elizabeth está viva, Beck é o único jeito de chegarem até ela. E nesse meio tempo ele corre atrás do laudo de autópsia da mulher, de um antigo defensor público que conheceu Elizabeth, de um bandido com o qual ela se envolveu em certa ocasião, para ajudá-lo.  A polícia no encalço, os bandidos no encalço...  Você vibra porque entendeu tudo, depois franze a testa porque suas peças não encaixam mais.

No capítulo 37 eu me orgulhei por finalmente "matar a charada"! Já tinha entendido tudo. Depois percebi que nem tudo. 90%. Mas era um bom número.  Porém não sei dizer se demorei para sacar esses 90%, ou se fui astuta. Ou mesmo se descobri apenas o que Harlan permitiu através da sua distribuição de fragmentos. Francamente? Creio na última opção.

O final é surpreendente, como de se esperar. Meus olhos vidraram nas páginas de um jeito que eu não conseguia mais parar de ler. Tudo começava a se encaixar e confesso que embora fosse muita adrenalina, em certos momentos aquela coisa do amor que é presente na história fez meus olhos suarem levemente. Sabe ser fofo até no meio da desgraça toda, esse Harlan Coben, mas que coisa! Porém, apesar de ter sido surpreendida até a última página (literalmente), eu preferia que a última revelação não fosse exatamente aquela. Já estava perfeito exatamente como estava, não precisava de mais, então achei que talvez mereceria mais uma página ou duas para tomar o lugar de encaixe perfeito. Não que tenha estragado tudo, de modo algum! O livro é sensacional. Mas na minha humilde opinião, foi um detalhe desnecessário, talvez para fazer com que o pai de Elizabeth, Hoyt Parker, o cara por quem temos capacidade de nutrir diferentes sentimentos ao longo da trama, pudesse terminar a história com um pouco de nosso carisma garantido. Sei lá.

Não Conte a Ninguém é perfeito. Emoção do início ao fim, não deve nada ao leitor, porque incrivelmente, Harlan Coben sabe exatamente o que está fazendo, e ele não se perde em momento algum.





Considerações Finais





Falando do livro fisicamente... Bom, o meu é a versão econômica, comprada acidentalmente. Sim, na hora da compra eu não tinha visto que era a econômica. Por essa razão não tem orelhas (o que para mim é algo extremamente doloroso de aceitar), as letras são menores, e obviamente, o número de páginas é menor do que o da edição normal, sem contar o tamanho. No entanto, a Arqueiro trabalhou com uma capa de ótima qualidade, bem encorpada (não como a capa que me deixou contrariada de "O Amante de Lady Chaterlley", que reclamo aqui), com toda certeza seu livro vai estar muito bem conservado. As folhas são amarelas, e eu não tive problemas em relação as letras serem menores. Para uma edição econômica, eu gostei bastante. Não costumo ser fã das econômicas porque eu gosto do livro "completo" (orelhas, letrões, espaços, entendem?), mas para quem não tem dessas bobagens, super recomendo a essa edição da Arqueiro. Não sei se os demais livros econômicos estão no mesmo padrão, mas esse, posso garantir, está muito caprichadinho.

Quanto a escrita...  Simples, direta, uma narração objetiva que não te enrola com muitas descrições "desnecessárias" e nem usa aquele vocabulário rebuscado. Os capítulos são pequenos, intitulados apenas com seu número e nada mais.  Harlan Coben vai direto ao ponto e não perde o jeito de te deixar extasiado, mesmo com toda simplicidade que usa em suas palavras.

Onde comprar: Amazon - Saraiva - Submarino






Então, vai dizer que não deu aquela curiosidade? E você, que já leu, é demais, não é não?  Por hoje vou ficando por aqui, espero que tenham curtido a primeira resenha do nosso blog, muitas outras virão em breve!  Muito obrigada pela leitura e até a próxima! Beijinhos lunares para vocês!









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